segunda-feira, outubro 09, 2006

Enfarofando...

O mar quando quebra na praia
É bonito
Já dizia o Dorival
O pau quando quebra na praia
É sinistro
Vergonha nacional

Arrastão, farofa
Funkão, galhofa

São eles piores que nós?

O pobre com seu barulho
Seu franguinho ordinário
E nós com nosso orgulho
Cagando pelo emissário.

Poluindo nosso mar
Com nobreza e educação
E pelo simples ato
De jogar lixo no chão.

Por essas e outras,
Ver o Leblon me dói
Recolho-me às praias
Da bela Niterói.

Remo, sempre o Remo.

Ida à praia

Num dia de Sol bem forte
Resolvi ir à praia para aliviar o calor
Peguei toalha, guarda-sol, biquini,
Óculos, chinelos e protetor.

Fui feliz da vida pelo caminho
Com a linda praia a imaginar
Chegando lá, estava lotada
Não teve problema, fui para o mar.

Na água tinha sacos de plástico,
Coco vazio e até braço de boneca
Sai com raiva e nojo, pensando:
"Não fico mais nesta meleca!"

Estiquei a toalha na areia
E um pouco tentei relaxar
Foi então, que para meu desgosto,
A "bela" música começou a tocar.

"Boladona, boladona"
"Cachorrona", coisa e tal
Era o que repetiam os versos
Naquela melodia infernal

"Ninguém mais respeita o outro?"
Comecei a me irritar
Fui reclamar com o corno
Para aquela música não mais tocar

De nada adiantou a reclamação
Apenas ganhei uns apelidos novos,
Minha mãe foi muito lembrada
E quase que me jogaram ovos.

Fui para casa frustrada
E muito triste com tais acontecimentos
Relembrando quando eu e a praia
Tínhamos ótimos momentos.

Neste mundo de hoje em dia
São poucos que com a limpeza
E com o próximo se preocupam
Fica tudo nesta tristeza.

Seria bom um pouco de educação
Consciência, ordem e respeito
Para tudo fluir cada vez melhor
Já a mudança no conceito!

Não engolindo tal decepção
Uma providência tomei com garra
"Se não aprendem por si mesmo
Vão todos aprender na marra!!"

Peguei a coleção do meu pai
Revólveres, bombas e dinamites
O exército finalmente foi útil
Para a educação não há limites.

Voltei correndo para a praia
E todos os utensílios utilizei
Houve quem tentou me jogar cadeiras
Mas não dei chance: bombardeei.

Com a carniça espalhada pelo chão
Finalmente fez-se silêncio no local
O mar ficou um pouco mais sujo
Mas na hora não fazia mal.

Agora a praia está uma maravilha
Há tempos, ninguém mais lá volta
É o medo da serial killer
Que matou todos com sua revolta

Dementemente (mas maravilhosamente bem) improvesiado por: Roberta Pio